A ruptura do ligamento cruzado anterior é uma das lesões mais freqüentes na patologia esportiva do joelho. Ocorre principalmente em uma população jovem e atlética, mas pode ser vista em qualquer idade quando um trauma é aplicado ao joelho. É estatisticamente maior na população feminina (2,5 vezes mais freqüente) sem nenhum estudo científico que demonstre uma causa específica neste achado.
O ligamento cruzado anterior é verdadeiramente o ligamento do esporte. É parte do chamado "pivô central" do joelho, que consiste no ligamento cruzado posterior e no ligamento cruzado anterior. Seu papel consiste em controlar o deslocamento anterior da tíbia em relação ao fêmur, mas também controla a estabilidade do joelho em torção ou rotação. É uma "corda" que solidariza o fêmur com a tíbia. Este deslocamento anterior da tíbia em relação ao fêmur também é controlado pela presença dos meniscos (amortecedores do joelho) localizados na parte interna e externa do joelho. Estes meniscos desempenham um papel de "cunha posterior" que estabiliza a tíbia abaixo do fêmur.
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Como se rompe o ligamento cruzado anterior ?
Quatro mecanismos contribuirão para a sua ruptura. É sempre uma ação combinada entre a contração muscular do quadríceps, músculo essencial da coxa com a posição da perna em relação ao fêmur no momento da torção.
Valgo - Rotação e Flexão: Este é o mecanismo mais comum de ruptura do ligamento cruzado anterior, encontrado em atividades que exijam mudança de direção como o futebol, rugby, basquete ... Muitas vezes, está associado a este mecanismo um entorse do ligamento colateral medial.
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Var0 e Rotação Interna: O ligamento cruzado anterior e o ligamento cruzado posterior, assim, "se enrolam”, sendo o ligamento cruzado anterior menos resistente que o posterior , sofrendo um estiramento. Geralmente não há lesão associada dos ligamentos periféricos. Às vezes, mesmo que cause uma sintomatologia relativamente leve, o atleta pode continuar a correr para terminar a partida, mas gradualmente sentirá os efeitos colaterais da lesão como derrame, dor e impotência funcional ( instabilidade ).
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Hiperextensão: A contração do quadríceps leva a uma hiper-extensão do joelho extendido, colocando a tensão máxima no ligamento cruzado anterior e levando à sua ruptura. Podemos encontrar este mecanismo em esportes de salto como a ginástica e em atividades que exijam extensão abrupta do joelho como futebol .
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Hiperflexão: Mecanismo de trauma menos frequente que ocorre quando o atleta cai com o corpo para trás , sentando abruptamente sobre as nádegas , o que leva a uma contração do quadríceps repentina provocando uma ruptura na maioria das vezes isolada desse ligamento
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Quais os sintomas de uma lesão do LCA ?
Na fase aguda ( momento do trauma ) a dor , o inchaço ( derrame articular ) e a limitação funcional são os achados mais frequentes . Muitas vezes o paciente escuta e sente um forte estalo do joelho no momento da lesão do LCA. Porém o sintoma mais importante é a sensação de que o joelho está solto ou insegurança em atividades que exijam mudança de direção ou até mesmo em atividades corriqueiras da vida diária . Esse sintoma é a instabilidade , que orienta e determina o tratamento a ser realizado.
Como se faz o diagnóstico de uma lesão do LCA ?
O diagnóstico é feito através de uma anamnese ( história clínica ) detalhada , exame físico e exames de imagem específicos para se verificar a ruptura desse ligamento .
O exame físico demostrará o grau de instabilidade e se existem ou não lesões associadas ( meniscos ou outros ligamentos ).
Os exames de imagem como a Ressonância Magnética confirmarão a possível ruptura desse ligamento .
Quais as indicações para uma reconstrução do LCA ?
Nem todos os pacientes que tenham uma lesão do LCA necessitam de cirurgia . Existe espaço para o tratamento não operatório através de um programa de reabilitação , fisioterapia e fortalecimento indicado para aqueles pacientes com baixa demanda esportiva e principalmente ausência de insegurança ou instabilidade em suas atividades.
Porém atletas profissionais ou amadores , pacientes que desejem manter um nível constante de atividades físicas e também aqueles pacientes que tenham instabilidade ou insegurança em suas atividades de vida diária irão se beneficiar do tratamento cirúrgico , podendo após o período de recuperação voltar praticamente ao mesmo nível de atividade física de antes da lesão.
A idade não é fator limitante para a indicação de cirurgia , e sim o nível de atividade , tipo de esporte e grau de instabilidade do paciente.
O mais importante é a avaliar cada paciente de uma maneira individualizada, buscando entender seus sintomas e objetivos e dessa forma propor a melhor forma de tratamento .
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